DEIXARMO-NOS BATIZAR PELO ESPÍRITO DE JESUS
José Antonio PagolaOs Evangelistas esforçam-se por diferenciar bem o batismo de Jesus do batismo de João. Não há que os confundir. O batismo de Jesus não consiste em submergir os seus seguidores nas águas de um rio. Jesus submerge os seus no Espírito Santo. O evangelho de João di-lo de forma clara. Jesus possui a plenitude do Espírito de Deus, e por isso pode comunicar aos seus essa plenitude. A grande novidade de Jesus connsiste em que Jesus é «o Filho de Deus» que pode «batizar com Espírito Santo».
Este batismo de Jesus não é um banho externo, semelhante ao que alguns puderam conhecer talvez nas águas do Jordão. É um «banho interior». A metáfora sugere que Jesus comunica com o seu Espírito para penetrar, empaar e transformar o coração da pessoa.
Este Espírito Santo é considerado pelos evangelistas como «Espírito de Vida». Por isso, deixarmo-nos batizar por Jesus significa acolher o seu Espírito como fonte de vida nova. O seu Espírito pode potenciar em nós uma relação mais vital com ele. Pode levar-nos a um novo nível de existência cristã, a uma nova etapa do Cristianismo mais fiel a Jesus.
O Espírito de Jesus é «Espírito de verdade». Deixarmo-nos batizar por ele é por verdade no nosso cristianismo. Não nos deixarmos enganar por falsas seguranças. Recuperar uma e outra vez a nossa identidade irrenunciável como seguidores de Jesus. Abandonar caminhos que nos desviem do evangelho.
O Espírito de Jesus é «Espírito de amor», capaz de nos libertar da cobardia e do egoísmo de viver pensando só nos nossos interesses e no nosso bem-estar. Deixarmo-nos batizar por ele é abrirmo-nos ao amor solidário, gratuito e compassivo.
O Espírito de Jesus é «Espírito de conversão» para Deus. Deixarmo-nos batizar por ele significa deixarmo-nos transformar lentamente por ele. Aprender a viver com os seus critérios, as suas atitudes, o seu coração e a sua sensibilidade para com aqueles que vivem sofrendo.
O Espírito de Jesus é «Espírito de renovação». Deixar-nos batizar por ele é deixarmo-nos atrair pela sua novidade creadora. Ele pode despertar o melhor que há na Igreja e dar-lhe um «coração novo», com maior capacidade de ser fiel ao evangelho.
José Antonio Pagola
Tradutor: Antonio Manuel Álvarez Pérez
Publicado en www.gruposdejesus.com